Friday, October 19, 2007

Memórias De Um Átomo

O Livro do Ega! Fora em Coimbra, nos dois últimos anos, que ele começara a falar do seu livro, contando o plano, soltando títulos de capítulos, citando pelos cafés frases de grande sonoridade. E entre os amigos do Ega discutia-se já o livro do Ega como devendo iniciar, pela forma e pela ideia, uma evolução literária. Em Lisboa (onde ele vinha passar as ferias e dava ceias no Silva) o livro fora anunciado como um acontecimento. Bacharéis, contemporâneos ou seus condiscípulos, tinham levado de Coimbra, espalhado pelas províncias e pelas ilhas a fama do livro do Ega. Já de qualquer modo essa noticia chegara ao Brasil... E sentindo esta ansiosa expectativa em torno do seu livro - o Ega decidira-se enfim a escrevê-lo.

Devia ser uma epopeia em prosa, como ele dizia, dando, sob episódios simbólicos, a história das grandes fases do Universo e da Humanidade. Intitulava-se Memórias dum Átomo, e tinha a forma duma autobiografia. Este átomo (o átomo do Ega, como se lhe chamava a sério em Coimbra) aparecia no primeiro capítulo, rolando ainda no vago das Nebulosas primitivas: depois vinha embrulhado, faisca candente, na massa de fogo que devia ser mais tarde a Terra: enfim, fazia parte da primeira folha de planta que surgiu da crosta ainda mole do globo. Desde então, viajando nas incessantes transformações da substância, o átomo do Ega entrava na rude estrutura do Orango, pai da humanidade - e mais tarde vivia nos lábios de Platão. Negrejava no burel dos santos, refulgia na espada dos heróis, palpitava no coração dos poetas. Gota de água nos lagos de Galileia, ouvira o falar de Jesus, aos fins da tarde, quando os apóstolos recolhiam as redes; nó de madeira na tribuna da Convenção, sentira o frio da mão de Robespierre. Errara nos vastos anéis de Saturno; e as madrugadas da terra tinham-no orvalhado, pétala resplandecente de um dormente e lânguido lírio. Fora omnipresente, era omnisciente. Achando-se finalmente no bico da pena do Ega, e cansado desta jornada através do Ser, repousava - escrevendo as suas Memórias... Tal era este formidável trabalho - de que os admiradores do Ega, em Coimbra, diziam, pensativos e como esmagados de respeito:

- É uma Bíblia!

Monday, October 15, 2007

Today

My uncle johnny's brithday. -Nietzsche's birthday.
-Micheal Foulcault's birthday, he would have turned 91.
-Gregorian calender emplemented.
- Hermann Göring poisons himself the night before his execution.
-"I love Lucy" premieres.
- Vietnam War: Hundreds of thousands of people take part in National Moratorium antiwar demonstrations across the United States.
- 1981: Professional cheerleader Krazy George Henderson leads what is thought to be the first audience wave in Oakland, California.

Saturday, October 06, 2007

Bland Me As A Simpson

Friday, October 05, 2007

Maps Of The Mind

By Charles Hampden-Turner a Harvard and Cambridge graduate, was a teacher at UC Berkeley has won 2 important awards and is now in London, Tavistock Insitute as a visiting scientist.
This picture from maps of the mind shows that creativity is a process of divergent thinking followed by convergent thinking. Divergent thinking involves brainstorming, playing with the problem, looking for alternatives. Convergent thinking takes all the information and possibilities you have come up with and turns it into a solution. Most people are good at either divergent thinking or at convergent thinking, but usually not at both.

O Que Diz Molero

Bestseller from the 70's by Dinis Machado (Dennis McShade) hilariouse book.

"Teve uma infancia estranha", disse Austin. "Em última análise, todas as infâncias o são", disse Mister Deluxe. "Molero diz", disse Austin, "que a infância do rapaz foi particularmente estranha, condicionada por questões de ambiente que fizeram dele, simultaneamente, actor e espectador fo seu próprio cresciemento, lá dentro e um pouco solto, preso ao que rodeava e desviado como se um elástico o afastasse do corpo que transportava e, muitas vezes, o projectasse brutalmente contra a realidade desse mesmo corpo, e havia então esse cachoar violento do que era e a espuma do que poderia ser, a asa tenra batendo à chuva."